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segunda-feira, 19 de março de 2012

Lendas Indígenas Brasileiras
Fonte da imagem: funai.gov.br

Em homenagem a essa raça que sempre fez parte da história de um país chamado Brasil, vamos contar para vocês algumas lendas que ao longo dos séculos fizeram e ainda fazem parte da cultura indígena brasileira.
As lendas tiveram origem dentre os povos indígenas e tinham como objetivo orientar à tribo, bem como, em alguns casos eram utilizadas com o intuito de conter os índios mais exaltados, em sua maioria, os índios mais jovens, que temiam os castigos de Tupã, dessa forma, quase sempre não se rebelavam.
No geral, essas lendas serviam mesmo para conduzir os costumes da tribo. Assim, as lendas foram passando de geração para  geração e hoje integram além dos costumes de um povo, a cultura de uma nação.

Confira à seguir, algumas das lendas que fazem parte do costume indígena brasileiro.

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Lenda do Milho

Fonte da imagem: kadiaeneida.blogspot.com

Há muitos anos atrás, havia uma grande tribo cujo cacique era um velho guerreiro. Um índio muito bom, mas que já estava cansado pelo tempo.
Preocupado com a felicidade de sua tribo, que passava por uma situação de quase fome, já que a comida estava quase excassa e, pressentindo que estava próximo da morte, ele chamou seus filhos e falou:
- Quero que passem os próximos dias preparando as terras para plantio.
Um dos filhos questionou:
- Mas não temos o que plantar meu pai.
Ele, olhando para o filho que o questionou, e em seguida para os outros, disse-lhe.
- Façam o que mando.
Os índios nada mais disseram. Passaram os dias seguintes preparando as terras para plantar. Limparam e em seguida araram a terra. Quando a mesma estava pronta, voltaram e falaram ao pai.
- A terra já está pronta meu pai. E agora, o que devemos fazer?
Nessa hora, o velho cacique deu a seguinte ordem aos filhos:
- Meu fim está próximo. Quero que façam exatamente o que vou mandar. Três dias após minha morte, levem-me até o meio da terra limpa e arada, enterrem-me lá. Em seguida, voltem para a aldeia e sequer olhem para trás. Esperem algumas luas e só depois voltem para verem o resultados.
Os filhos não quiseram obedecer as ordens do cacique. Mas esse foi ainda mais convincente:
- Se não fzerem o que vos ordeno, toda nossa tribo morrerá de fome. Façam isso em nome da tribo.
Eles ficaram tristes, mas não podiam desobedecer as ordens do velho cacique.
Assim aconteceu. Após a morte do cacique, os filhos fizeram exatamente como o pai mandara.
Quando voltaram ao local em que plantaram o cacique, de longe puderam avistar alguns pés de plantas. Quando chegaram perto, perceberam que da cova onde o cacique fora enterrado, surgiu uma planta com algumas espigas cheias de grãos dourados, conhecida como milho.
Os índios ficaram contentes e não mais sentiram fome. Das sementes que colheram, comeram algumas, outras distribuiram com outras aldeias e algumas outras guardaram para plantar para o ano seguinte.
E assim, jamais falta milho nas tribos. Porque um velho cacique se sacrificou em nome de um mal que ameaça de forma invisível todo o seu povo: a fome.

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Lenda da Mandioca

Fonte da imagem: uepa.br

Em uma época muito distante da qual vivemos hoje, dizem os índios mais velhos, que uma filha de um tuxaua apareceu grávida na aldeia. Ele quis punir o responsável pela desonra de sua filha, mas sua filha jurava que não havia se deitado com nenhm homem.
Quando estava decidido matar sua própia filha, para sanar tal vergonha, apareceu-lhe em sonho um homem branco dizendo que ela estava falando a verdade.
Passado o tempo da gestação, nasceu naquela tribo uma indiazinha muito branquinha, causando o maior espanto entre os índios e provocando curiosidade nas demais tribos. Todos queriam ver aquela índia tão linda e tao branquinha.
A mãe, a jovem índia, colocou o nome da filha de Maní, que em tupi significa branca.
Maní vivia sempre sorrindo, não chorava e pouco comia e bebia.
Certa vez, Maní adoeceu e todos ficaram tristes, já que a pequena indiazinha fazia a alegria de todos na aldeia.
Não demorou muito e Maní morrera. Todos ficaram tristes e mais ainda sua mãe, que para não se separar da filha, a enterrou dentro da própria oca.
Todos os dias a mãe de Maní se aproximava da cova e chorava de saudades da filha. O mesmo acontecia com alguns outros índios que gostavam da pequena Maní.
Certo manhã, quando se aproximara da cova da filha, a mãe de Maní percebeu que crescia uma plantinha e todos resolveram esperar.
Coincidentemente, naquela época a tribo da mãe de Maní estava passando fome, não tinham mais o que comer ou pescar. Então os índios mais velhos se reuniram e rezaram à Tupã. Pouco tempo depois a planta cresceu mais, tornando-se viçosa.
Quando decidiram cavar, encontraram raízes grossas, cuja casca era marrom da cor da terra, mas sua popa era tão branquinha, mais tão branquinha, que de imediato reconheceram a pequena Maní naquele fruto.
Todos então resolveram chamar o fruto de Maní Oca e como foi passando de aldeia para aldeia, o nome acabara se transformando em mandioca.
Assim, surgiu a lenda da mandioca, uma pequena indiazinha que sanou a fome de muitas aldeias.
E todos os índios ficaram eternamente gratos à Maní.

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Lenda do Guaraná

Fonte da imagem: amazonialendas.blogspot.com

Contam os índios mais antigos, que um casal de índios da tribo Maués, vivia junto por muitos anos e não conseguiam ter filhos. Até que um dia, o casal resolveu rezar para Tupã e suplicar que o deus Tupã lhes mandasse um filho.
Tupã, vendo que aqueles dois índios eram cheios de bondade e vendo que um filho completaria a felicidade do casal, concedeu para eles um indiozinho.
Quando a criança nascera, o casal era só felicidade. O menino nasceu saudável e muito bonito, despertando em alguns, a inveja, inclusive em outros deuses.
Jurupari, o deus da escuridão sentia muita inveja do jovem índio, não apenas por sua beleza, mas pela paz e felicidade que ele transmitia aos que estavam por perto. Certa vez, decidiu acabar com a vida do pobre índio.
Certa manhã o jovem foi na floresta para colher frutas, nesse momento Jurupari aproveitou para por em prática seu plano de ceifar a vida do garoto. Ele se transformou em serpente venenosa e quando esse estava distraído, o mordeu, matando-o na mesma hora.
A triste notícia correu todas as aldeias amazonenses e nesse mesmo momento, trovões ecoaram e fortes relâmpagos caíram pela aldeia.
A mãe do jovem índio estava inconsolável, chorava em desespero.
Na mesma hora em que ouvira os trovões, entendera que era uma mensagem de Tupã, onde ordenar-lhe a plantar os olhos de seu filho tão amado e que deles uma nova planta surgiria, dando frutos saborosos.
A mãe, embora triste, jamais ousaria desobedecer as ordens do deus Tupã, e no mesmo instante seguiu para a mata e plantou os olhos de seu filho. No local cresceu o guaraná, cujas sementes são negras, cada uma com um arilo em seu redor, imitando os olhos humanos. Até hoje os índios acreditam que o guaraná são os olhos do jovem índio que foi morto de forma covarde, pela inveja de um deus e que por isso, Tupã o recompensara, transformando seus olhos em um fruto muito bonito. 

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Lenda do Diamante


Antigamente, quando o Brasil ainda se chamava Pindorama, existiam algumas tribos que viviam em guerra por territórios e por comidas.
Numa dessas tribos, existia um jovem guerreiro chamado Oiti. Ele era valente e muito apaixonado por sua esposa, a jovem e linda índia Potira.
Certo dia, o cacique convocou todos os guerreiros para uma nova guerra contra uma aldeia vizinha. Todos os guerreiros partiram, deixando as esposas tristes e chorosas. Menos Potira, ela não chorou, apenas acompanhou com os olhos firmes, a canoa em que seu amado Oiti estava.
Passaram-se longos dias, nenhuma notícia chegava. As índias continuavam a derramar suas lágrimas por aqueles que estavam na guerra. Mas Potira continuava sem chorar. Todos os dias, ela seguia até o rio, sentava-se à beira e ficava olhando para o infinito, na esperança de ver seu amado surgir. Mas não acontecia e ela, embora com o coração  despedaçado, voltava para a oca sem derramar suas preciosas lágrimas.
Até que um dia, alguns dos guerreiros regressaram e deram a triste notícia para Potira, seu amando Oiti não mais existia.
Nesse momento, Potira correu desesperada para a margem do rio, sentou e em desconsolo começou a chorar. Suas lágrimas eram tão cristalinas e expressavam tanta dor, que Tupã sentindo pela da imensa dor da jovem índia, a presenteou. Cada lágrima cristalina que caía dentro das águas do rio, misturando-se às areias finas e claras, o deus Tupã as transformava em diamantes.
Dessa forma, das lágrimas doloridas da jovem Potira, surgiram uma das mais preciosas pedras existentes na natureza: o diamante, reflexo de um saudoso amor.

Texto e Edição: Vanusa Lima 
19 de Abril - Dia do Índio

Os primeiros habitantes de uma terra conhecida como Pindorama, foram durante muitos anos: escravizados, maltratados, desrespeitados e por fim, quase extintos.
Esse povo que resistiu bravamente e continua resistindo às dificuldades existentes nos dias de hoje, enchem de cultura nosso povo, nossa gente, essa terra chamada Brasil.

Fonte da imagem: floresemcasa.blogspot.com

Os índios brasileiros formam inúmeras tribos que ocupam quase todas as partes territoriais do país, embora em número pequeno, eles estão espalhados por toda parte. Tribos que mantém até hoje seus custumes e crenças.
Apesar de terem sido quase extintos, ou terem em muitos momentos suas vidas desrespeitadas, os índios procuram conviver passivamente com seus irmãos pátrios.

Fonte da imagem: vedeoscampos.blogspot.com

"Tupi... fulni-õ... xucuru... kapinawá... não importa o nome que tenha ou a que tribo em que pertenço. O importante é que você me conhece, sou seu irmão, sou brasileiro, sou gente e mereço respeito. Meu nome é... Índio"

Texto e Edição: Vanusa Lima

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